Ex-estudante da UEG Posse desenvolve projeto de criptoativos vinculado à time de futebol, o primeiro do país

07 Janeiro 2022

O ex-estudante do curso de Licenciatura em Informática da UEG Posse, Tarcício Santos, desenvolveu um projeto de criptoativo para o clube Gama, o primeiro do país vinculado a um time de futebol. 

Tarcísio explica que o projeto GAMAO surgiu após o início das discussões no Congresso Nacional do PL 5516/19, que ocorreram entre meados de 2020 e 2021 que dispõe sobre o Sistema do Futebol Brasileiro, mediante tipificação da Sociedade Anônima do Futebol, estabelecimento de normas de governança, controle e transparência, instituição de meios de financiamento da atividade futebolística e previsão de um sistema tributário transitório. Diante da possibilidade de transformar um clube de futebol em empresa, alguns investidores, inclusive estrangeiros, passaram a ver nisso uma boa possibilidade de investimento. "Atualmente, há no mundo diversos clubes, como PSG, Barcelona, Juventus e, no Brasil, Atlético-MG e Palmeiras que conseguiram aumentar suas receitas por meio de fan tokens, mas nenhum deles têm relação com criptoativos", pondera Tarcísio.

O objetivo do projeto de cripotiativos surgiu como forma de agregar valor ao clube. Com a data certa aprovação do PL 5516/19, a Sociedade Esportiva Gama despertou o interesse de investidores e estes tinham a ideia de criar um token do clube, porém, com um formato diferente dos fan tokens existentes. A ideia básica de financiamento do clube foi expandida para um modelo de cadeia de valor, onde além de financiar as operações do clube, os torcedores (ou não, tendo em vista que qualquer pessoa ou empresa pode ter o GAMAO), detentores do token tem em mão uma reserva de valor, baseada na tecnologia Blockchain, que poderá ser usada de diversas formas.

Em agosto de 2020 ocorreu uma reunião de representantes da Coinvesting Labs (empresa especializada em desenvolvimento & consultoria especializada em tecnologia blockchain a qual Tarcísio tem participação societária) com um dos investidores do clube Gama. Na oportunidade o ex-estudante juntamente com sua equipe ajudaram a formatar a ideia, e concluíram que ao invés de criar um fan token, criariam um utility token, que teria funções mais abrangentes, sendo possível usá-lo como moeda, propriamente dita. "Assim, o detentor do token poderia usá-lo para adquirir ingressos para os jogos e eventos no estádio, comprar camisas e outros produtos e serviços que seriam oferecidos pelo clube, além de poder fazer swap (trocas) dos tokens em corretoras de criptoativos" explica Tarcísio.

 

 

Interesse por tecnologia e trajetória profissional

Tarciso destaca que o interesse por Tecnologia (TI) da Informação surgiu ao prestar vestibular para o curso de Licenciatura em Informática da UEG, no ano de 2004. "Ao ingressar no curso, em 2005, teve contato mais próximo com as diversas áreas de atuação e com excelentes profissionais que além docentes, ou tinham experiência ou ainda estavam exercendo atividades na área de TI em empresas privadas ou públicas, o que aumentou ainda mais o meu sonho de atuar nesta área. Com a mentoria e orientação do prof. Ronaldo Silva, iniciei junto com mais dois colegas um projeto de  software chamado Natura Express para atender uma demanda local na cidade de Posse-GO. O projeto foi desenvolvido em um ambiente hoje denominado RAD Studio (no qual a UEG Posse continua tendo parceria, confira), a partir de então tomei gosto por programação e desenvolvimento de software, o que me fez alimentar a esperança de que um dia iria trabalhar fazendo isso".

No ano de  2008, Tarcísio Santos foi aprovado em um concurso concurso público para escriturário do Banco do Brasil onde trabalhou até 2017, neste período não atuou em áreas relacionadas a TI. Dando prosseguimento ao aperfeiçoamento, fez outros cursos na área de tecnologia e foi aprovado em concurso público para o cargo de Analista de Processamento na Dataprev, sendo contratado em 2017, atuando desde então como Analista no Security Operational Center (SOC) do Data Center de Brasília. 

Qualificações e o contato com mundo das criptomoedas

Foi no curso de pós-graduação em Tecnologias Disruptivas (IA, Blockchain, BigData, etc.) que Tarcísio teve contato com o mundo das criptomoedas, desenvolvendo como trabalho de conclusão do curso um protótipo de um sistema baseado em Blockchain para gestão dos créditos do programa Nota Legal DF.

Tarcísio afirma que durante o período da pós-graduação conheceu diversas pessoas que trabalhavam na área de TI, e também pessoas do mercado financeiro, um deles era Agente Autônomo de Investimentos e que tinha a intenção de desenvolver uma corretora de criptoativos no Brasil. "Ele me propôs uma participação societária na empresa Coinvesting Labs, eu aceitei a proposta e passei a ser o responsável técnico pelo desenvolvimento da corretora Coinvesting DeFi DEX". Tarcísio destaca que aprofundou os estudos sobre a tecnologia Blockchain e lançaram a corretora em junho de 2021. Hoje a Coinvesting Labs é proprietária de uma corretora de criptoativos e uma tokenizadora (desenvolve soluções para produtos, serviços e ativos do mundo real tornem-se criptoativos) nas redes das Blockchain Ethereum e Binance Smart Chain.

Habilidades necessárias para ingressar no mercado de TI

Tarcísio deixa algumas dicas valiosas para quem pretende ingressar e crescer nesta área. "Projetos na área de Tecnologia da Informação requerem habilidades comuns a qualquer área de atuação e também habilidades específicas. Entre as habilidades comuns essenciais, considero que estão a disciplina, a perseverança, o relacionamento interpessoal e a flexibilidade" afirma Tarcício. 

  • A disciplina para se dedicar a estudar, aprender e fazer. Mesmo que em alguns momentos os nossos interesses pessoais entrem em conflito, deve-se manter focado no que é mais importante.
  • A perseverança de não desistir nos primeiros obstáculos ou contratempos. Uma pessoa pode encontrar dificuldades em qualquer coisa que ela queira fazer, então, tem que ser persistente para poder chegar ao final, senão ela nunca conseguirá concluir nada na vida.
  • Ter um bom relacionamento com pessoas traz oportunidades, isso é network. Além disso, ao longo do caminho pode ser que você precise de ajuda, e são justamente essas pessoas que irão estar ao seu lado para ajudar. 
  • Por melhor que seja o planejamento, nem sempre as coisas acontecem como deveriam acontecer. Então, é necessário que o profissional tenha flexibilidade para mudar de ideia e fazer coisas que vão além do planejado, com o objetivo de concluir o projeto.

Tarcísio destaca ainda que uma carreira de sucesso depende de diversos fatores. "Há fatores que não estão sob controle do profissional, por exemplo a economia e a política da região. No entanto, entre os fatores sob o controle do profissional está a sua qualificação. Um bom curso de graduação em Tecnologia da Informação, no qual o profissional consiga conhecer diversas áreas de atuação e se identifique com alguma(s) dela(s), já é um bom começo. Sempre que possível, recomendo iniciar trabalhos nas principais áreas do curso, mesmo que mediante estágios. Cada experiência prática vai ajudar o profissional a encontrar a área com a qual ele melhor se identifica". 

O aperfeiçoamento constante, seja em cursos de especialização, mestrado ou doutorado é fundamental, além de compreender integralmente as regras do negócio que está inserido. Tarcísio destaca que teve que estudar e compreender todas as legislações que regulamentam o mercado financeiro brasileiro para o desenvolvimento e êxito do projeto.

(UEG Posse com informações de Tarcísio Santos)

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